"Travel brings power and love
back into your life." (Rumi)
A
frase apresentada acima certamente inspira a maioria de nós. Ela nos remete ao potencial
transformador que uma viagem pode ter, imprimindo um impacto positivo em nossas
vidas em termos de energia - uma energia que move e transforma em
direção ao crescimento e ao desenvolvimento. A cada mudança externa, nosso
mundo interno também se desarruma e se rearruma para acomodar o que apareceu de
novidade e jogar fora o que não nos serve mais. É o processo de renovação.
Cada
pessoa tem seu modo de se relacionar com o mundo e de lidar com o novo que se
apresenta. Acredito que o homem existe sempre em relação, seja com o meio, seja consigo mesmo, e isso me faz
pensar na contribuição dele próprio em tornar uma viagem fonte dessa energia de
“amor”, como sugere a autora. Temos sempre a possibilidade de construir “pontes”
ou “muros” ao longo do percurso: podemos nos permitir sermos tocados e
transformados ou simplesmente passar pela experiência de uma viagem como se ela
nada tivesse a oferecer.
À luz do olhar da Gestalt-Terapia, abordagem psicológica através da
qual trabalho, nós só existimos através do contato. A cada vez que fazemos
contato com algo, experienciamos uma forma de ser no mundo. E tudo pode contribuir
para esta forma, desde a paisagem que nos circunda até alguém com quem estamos nos
relacionando aqui-e-agora: em um momento do dia somos filhos, em outro irmãos,
pais, trabalhadores e... turistas! A cada contato somos um, pois na verdade
este “um” é indefinível: ele nunca é
de forma fixa ou imutável, e sim ele está
de determinada maneira, momento a momento. Somos infinitas possibilidades a
cada segundo.
Esta visão sugere que estamos em
constante mudança. Erving e Miriam Polster afirmam que “o contato é
implicitamente incompatível com permanecer o mesmo. A pessoa não precisa tentar
mudar por meio do contato; a mudança simplesmente acontece” (2001, p.114). Não precisamos "tentar mudar", porém cabe a nós deixar que o contato aconteça
livremente, em um estado de abertura. Desta forma nos nutrimos emocionalmente. Podemos observar em
inúmeros relatos de pessoas que visitaram outros países o quanto esta experiência
foi enriquecedora para elas, pois raramente vão e voltam com a mesma
autopercepção ou se sentindo da mesma maneira. O intercâmbio cultural é, assim,
um convite para a mudança, pois quanto maior a diferença entre
nós e o que está fora, maiores são as possibilidades de troca.
Referência
bibliográfica:
POLSTER,
E. & POLSTER, M. (2001) Gestalt Terapia Integrada. São Paulo: Summus.
Foto retirada da página: http://infojovem.org.br/infopedia/tematicas/diversidade/cultura/.
Foto retirada da página: http://infojovem.org.br/infopedia/tematicas/diversidade/cultura/.